sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

"Farinha pouca no meu pirão primeiro" - Crônicas de um Fisioterapeuta.

Em uma partida de futebol fictícia, composta apenas por Fisioterapeutas, o jogador 1, livre de marcação e de frente para o gol, fala:  “passa a bola, passa a bola!!!!”, no entanto, o jogador 2 chuta para o gol sem a menor condição de acertar. Resultado??? Perdeu uma chance clara de gol. Pode se tratar apenas de mais um exemplo de jogador “fominha”, entretanto, motivado pela situação atual da profissão, o jogador 1 desabafa:”do jeito que é na pelada, é na profissão. é por isso que a Fisioterapia não avança”. De fato, em parte, ele tem razão.
Trata-se do típico jogo definido pela expressão popular: “farinha pouca no meu pirão, primeiro”. Conversava com uma colega de profissão dias desses, e a mesma me confidenciou que um profissional do seu serviço, o qual por motivos óbvios não me revelou o nome, ofertava atendimentos fisioterapêuticos com valores, em média, 30% inferiores aos praticados pela empresa onde trabalha e pelo mercado. Essa prática é inadmissível!!!! Querer reduzir o valor de um bem, considerado por todos ínfimo, é um absurdo sem proporções. Além da total falta de ética, pois a mesma representava uma empresa e encontrava-se durante o seu expediente de trabalho, tentando abarcar um cliente da sua fonte empregadora, trata-se de uma atitude comercial errônea.  Dessa forma, o profissional passa a imagem de um ser sem escrúpulos, que tenta tirar vantagem a qualquer tempo e preço, sem contar o fato, de que ajuda ainda mais, a macular a imagem da profissão.


Para quem está com a barriga cheia.
Sei que a muita gente irá achar que é muito fácil ser ético quando se está com a dita “barriga cheia”. São tempos difíceis (para todos!!!!!!), mas o interessante é perceber que diversos profissionais, muitos deles ainda buscando o seu espaço e outros ainda sem a tão almejada estabilidade financeira, destacam-se cada vez mais, pelo fato de não apresentar o tipo de prática citado anteriormente. São pessoas que oferecem serviços diferenciados, pensam na recuperação do paciente, sem imaginá-lo como uma fonte de receita, a qual perderão quando da alta fisioterapêutica.  Vira e mexe escuto: “o maior inimigo da Fisioterapia é o Fisioterapeuta!!!”.  
Um pensamento mais coletivo e corporativista é possível e imprescindível.  Exemplo pode ser dado pela justiça brasileira, a qual encontra-se está na berlinda, sendo questionada por vários motivos e questões, mas seus representantes mantêm-se com discurso uníssono. Vi recentemente três entrevistas, envolvendo pessoas da justiça, desembargadores e ministros do Supremo, onde todos, a seu modo, defenderam os interesse da categoria sejam eles, questionáveis ou não. Imagino que alguém irá pensar que é muito fácil defender privilégios, mas por essa ótica é mais lógico buscar privilégios e fortalecer-se perante a sociedade, do que situar-se na denominada “briga dos ratos”.
Não deixemos que o espirito da “farinha pouca no meu pirão primeiro” nos contamine ainda mais.

Crônicas de um Fisioterapeuta.

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