segunda-feira, 19 de março de 2012

Dignidade e Valorização

Estagiárias de uma Clínica de Fisioterapia conversam sem prestar atenção na aplicação do ultrassom, deslizam seu cabeçote sobre a face anterior da tíbia, quando a lesão do paciente localizava-se no joelho.
A preceptora de estágio solicita que a aluna do último período do curso de Fisioterapia de uma determinada Faculdade ausculte a paciente e pergunta o que ela ouve. A aluna em seguida responde: “tá fazendo barulho”; A preceptora rebate: “barulho? De que tipo?”; e a resposta que se segue é: “sei lá, algo tipo, grun, grun, grun, grun”.
Uma médica não solicita assistência fisioterapêutica no hospital que trabalha, relatando não acreditar na qualidade dos profissionais da equipe, devido às suas experiências anteriores.
Um aluno de último ano sugere ao seu preceptor que eles realizem a vibração torácica em um paciente adulto sob ventilação mecânica invasiva, sugerindo que essa técnica promoverá a “saída” da secreção.
Uma adolescente submetida a tratamento fisioterapêutico após indicação de um ortopedista a mais de um ano apresenta uma inclinação de quase 45° na coluna, sem que o fisioterapeuta perceba. A mãe da adolescente percebe e interrompe o tratamento.
Uma Fisioterapeuta resolve defender sua conduta, porém não apresenta embasamento técnico científico suficiente, ficando chateado com a não aceitação por parte da equipe multidisciplinar.
Enfim, são tantos episódios que passaríamos o dia inteiro listando-os. Ressalto que todos esses fatos foram presenciados por mim ou por pessoas muito próximas.
Paremos e analisemos: Se até os colegas que presenciaram alguns desses absurdos comentam, o que farão pacientes e outros profissionais da área de saúde?
É interessante como muitos profissionais, alunos, estagiários pensam: “já que ganhamos uma ninharia, para que dedicar-nos ao fazer o melhor?”.
Fica difícil provar nosso valor diante de algumas posturas pouco éticas e profissionais. Se não bastasse a lei de oferta e demanda que não nos é favorável, ainda temos nossa imagem maculada através das atitudes de profissionais irresponsáveis e desleixados.
Do mesmo jeito que encontramos exemplos negativos, existem também os positivos.
Um determinado médico não discutia durante a visita clínica com fisioterapeutas, até o dia em que encontrou uma profissional bem preparada, a qual justificou da forma mais embasada possível que a conduta deveria ser modificada.
Aquela médica do início do texto, a qual não encaminhava seus pacientes para os Fisioterapeutas do hospital, tomou conhecimento da entrada de uma profissional diferenciada na equipe, mudou radicalmente de atitude, encaminhando-os, inclusive, para acompanhamento domiciliar e ambulatorial, em virtude de sua qualidade técnica e postura ética.
Uma determinada clínica de Fisioterapia torna-se referência para pacientes portadores de alterações funcionais relacionadas ao sistema musculoesquelético, em virtude dos bons resultados apresentados, quando da assistência aos pacientes de um médico traumato-ortopedista de renome.
Esses profissionais não ganham mais por isso, no entanto têm sua empregabilidade bem garantida, são convidados para as melhores oportunidades e continuam diferenciado-se. Além disso, o mais importante: Mostrando uma Fisioterapia de alta performance, por conseguinte, valorizando a profissão.
Dia 31 de março de 2012, a partir das 8:00h, no auditório Brum do Centro de Convenções, o CREFITO-1 deflagrará uma campanha pela Dignidade e Valorização das Profissões de Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional. Participemos, divulguemos e adotemos uma postura cada vez mais adequada no nosso dia-a-dia.




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